A mãe e a irmã da jovem moram em Mato Grosso e não compareceram.
No julgamento dos responsáveis pela morte da jovem Marielly Barbosa Rodrigues, mãe e irmã não compareceram. Apenas o pai, Marcos Rodrigues, e uma tia paterna da vítima estão no local. Os dois sentaram na primeira fila do auditório do Fórum de Sidrolândia, onde júri popular vai decidir se o cunhado e um enfermeiro são responsáveis por aborto seguido de morte e ocultação de cadáver.
Nenhum deles quis dar entrevista ao site Campo Grande News, que acompanha o caso. A tia chorou ao ouvir um dos depoimentos. O da investigadora Maria Campos, que trabalhou nas buscas de Marielly.
A policial contou que sempre desconfiou do cunhado de Marielly, Hugleice Silva.
“Ele começou a me elogiar muito, me chamava de doutora. Começou a se aproximar muito de mim e percebi que ele estava tentando ganhar a minha confiança. O tempo todo tentava puxar eu para o lado dele”, afirma.
Ela ainda informou que quando acharam o corpo da estudante, o cunhado tentou ganhar tempo. “O Hugleice disse na hora do reconhecimento: ‘acho que não é, acho que não é’, e foi embora. Mudou-se para alto taquari assim que encontraram o corpo”.
Na avaliação de Maria Campos. Hugleice passou a ter a figura de um pai, depois que os pais dela se separaram.
Família – A família de Marielly tem papel fundamental nessa história. Após o desaparecimento da filha, a mãe Eliane Barbosa Rodrigues e a irmã mais velha de Marielly, Mayara Bianca, registraram Boletim de Ocorrência em busca da estudante e fizeram até manifestação na Avenida Afonso Pena, apelando por informações.
Semanas depois, o corpo foi encontrado e a perícia desenhou como tudo ocorreu. A jovem havia engravidado do próprio cunhado, marido de Mayara, que convenceu Marielly a fazer aborto. Por R$ 500, ele contratou o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes para procedimento em Sidrolândia. Mas tudo deu errado e por isso os dois são julgados hoje.
A jovem morreu, Hugleice e o enfermeiro ocultaram o corpo e negaram por dias o envolvimento. Durante as investigações, a polícia civil também chegou à conclusão que família dela “mentiu muito” e atrapalhou as investigações. O delegado responsável à época, Fabiano Góes Nagata, garantiu que mãe e irmã tentaram encobrir a participação de Hugleice, inclusive, criando álibi falso.
Segundo a Polícia Civil, todos os familiares da garota declararam em depoimento que o rapaz estava em casa, em frente ao computador às 18 horas do dia 21 de maio, sábado, dia em que a jovem desapareceu.
Entretanto, a quebra de sigilo telefônico mostrou que a torre da operadora de celular utilizada por Hugleice apontou que no dia e horário citados, o cunhado estava em Sidrolândia, município onde o corpo da jovem foi encontrado e onde mora Jodimar.
Hugleice tinha muita influência na família da esposa porque sustentava as três mulheres: a mulher, a cunhada e a sogra.
Marielly estava grávida havia 4 meses, mas os parentes dela alegaram não saber quem era o pai. Ao fim do inquérito, o delegado afirmou que os dois poderiam ter evitado a morte da jovem. “Eles poderiam ter a levado para o hospital. Mas acreditando na possibilidade do crime ficar impune não a levaram”.
Depois de ser solto para responder ao processo em liberdade, Hugleice se mudou com a mulher e a sogra para o Mato Grosso. Mas voltou a cometer crimes.
Atualmente preso na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, em Rondonópolis, onde cumpre pena por homicídio tentado qualificado ocorrido em 2018 contra a esposa, Mayara Barbosa, irmã mais velha de Marielly. Ele foi condenado no dia 11 de novembro de 2020 a 12 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.
Com informações do Campo Grande News.
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