TRANSPARÊNCIA

Ex-vereador Claudinho Serra tenta revogar medidas cautelares após derrota eleitoral da sogra em Sidrolândia

Justiça nega pedido e mantém tornozeleira eletrônica por mais seis meses, apesar da alegação de que ele não representa mais risco ao processo

A Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a tornozeleira eletrônica no ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), por mais seis meses. O político, acusado de comandar um esquema de corrupção em Sidrolândia, tentou revogar as medidas cautelares alegando não representar mais risco ao processo. Como argumento, citou até a derrota eleitoral de sua sogra, a ex-prefeita Vanda Camilo (PP), nas eleições municipais de 2024.

A defesa de Serra pediu o fim do monitoramento e do recolhimento noturno, afirmando que ele não ocupa mais cargos públicos em Sidrolândia. O ex-vereador alegou que, sem vínculo com a gestão municipal e sem influência política da sogra, não haveria justificativa para manter as restrições.

Porém, a juíza Larissa Fiuza rejeitou o pedido, destacando que a rede de corrupção apontada na Operação Tromper não dependia apenas de políticos eleitos, mas envolvia servidores, licitadores e empresários. Segundo a magistrada, a estrutura criminosa poderia continuar operando, mesmo sem a ex-prefeita no comando do município.

Pedido de pernoite e alergia à tornozeleira

Além de tentar se livrar das medidas cautelares, Claudinho Serra também pediu liberação para pernoitar em uma fazenda em Anastácio, alegando que o deslocamento até Campo Grande prejudica seu rendimento financeiro. A solicitação foi negada, pois a defesa não apresentou detalhes suficientes sobre a necessidade da presença contínua do réu no local.

Outro argumento usado pelo ex-vereador foi uma suposta alergia à tornozeleira eletrônica. No entanto, a juíza também descartou essa justificativa, ressaltando que o desconforto pessoal não pode se sobrepor ao cumprimento das determinações judiciais. Ela destacou que a atividade rural, por si só, expõe trabalhadores a condições adversas, como poeira e calor, que também podem causar irritações na pele.

Operação Tromper e denúncias

Claudinho Serra foi secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e está entre os 23 réus da terceira fase da Operação Tromper. Ele é acusado de participar de um esquema de corrupção que envolvia setores como o Cemitério Municipal, a Fundação Indígena e o abastecimento da frota pública. As investigações apontam que empresários repassavam valores entre 10% e 30% do contrato firmado com a prefeitura.

Diante da decisão judicial, Serra continuará sendo monitorado eletronicamente e cumprindo as demais medidas cautelares impostas pela Justiça.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar as noticias do FourNews

Foto: Four News

Deixar um Comentário