Ex-vereador de Campo Grande é apontado como chefe de grupo que desviou milhões em Sidrolândia; audiência ocorre em meio às investigações da Operação Tromper
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A Justiça de Mato Grosso do Sul realizou, na última sexta-feira (10), uma audiência para ouvir o segundo delator da Operação Tromper, que investiga um esquema de corrupção envolvendo licitações públicas em Sidrolândia. A ação penal, que denunciou dez pessoas, coloca o ex-vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB) como líder do grupo criminoso, que teria operado durante a gestão da ex-prefeita Vanda Camilo (PP), sua sogra.
O depoimento do empresário Milton Matheus Paiva Matos foi colhido por determinação do juiz Fernando Moreira Freitas da Silva. O delator é proprietário da empresa 3M Produtos e Serviços LTDA e teve bens bloqueados pela Justiça, incluindo R$ 532,7 mil e um veículo. Sua colaboração é parte de um acordo de delação premiada homologado em outubro de 2023.
Na audiência, alguns réus optaram pelo silêncio, como os empresários Evertom Luiz de Souza e Odinei Romeiro de Oliveira, que são apontados como donos de empresas de fachada utilizadas no esquema. Em contrapartida, Ricardo José Rocamora Alves, suposto líder empresarial da fraude, respondeu a questionamentos da promotoria e do juiz. O empresário Roberto da Conceição Valençuela também prestou depoimento.
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A defesa de César Augusto dos Santos Bertoldo, servidor municipal de Sidrolândia, conseguiu adiar o interrogatório de seu cliente sob a alegação de que não teve acesso à íntegra da delação. Já o ex-chefe de compras da cidade, Tiago Basso da Silva, primeiro delator do caso, não foi ouvido na sessão, pois firmou um acordo para suspender o processo contra ele mediante colaboração contínua com as investigações.
Outro nome ligado ao esquema, Ueverton Macedo da Silva, conhecido como “Frescura”, permanece preso sob acusação de compra de votos a favor da então prefeita Vanda Camilo. Apesar de também ser réu no processo, ele não solicitou depoimento na audiência recente.
A Operação Tromper, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), revelou um esquema de superfaturamento e desvio de recursos públicos em licitações da prefeitura de Sidrolândia. No total, 23 investigados se tornaram réus, com indícios de que milhões de reais foram desviados. Claudinho Serra só se tornou réu na terceira fase da operação, em um desdobramento que implicou novos nomes e aprofundou as investigações sobre a relação do ex-vereador com as fraudes.
A próxima audiência está prevista para 11 de fevereiro, quando a Justiça deve ouvir César Augusto dos Santos Bertoldo e avançar no julgamento do caso. Enquanto isso, os desdobramentos da Operação Tromper seguem em andamento, com possíveis novos depoimentos e investigações para aprofundar a apuração sobre os desvios milionários na cidade
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Foto : Divulgação
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