Juliano de Lacerda Bittencourt foi diagnosticado com esquizofrenia e afirmou não tomar medicações
Juliano de Lacerda Bittencourt, de 27 anos, conhecido como “Avatar”, matou seu segundo companheiro de cela enquanto aguardava uma internação psiquiátrica determinada há nove meses. Diagnosticado com esquizofrenia, Juliano afirmou ter agido após receber “ordem divina”.
A vítima mais recente foi Thyago Romero Ormond, morto na ala psiquiátrica do Presídio de Segurança Máxima, onde ambos estavam detidos. A situação expõe a precariedade do sistema prisional e de saúde mental do estado. O caso reacende o debate sobre a falta de infraestrutura adequada para lidar com presos que apresentam graves transtornos mentais.
Juliano já havia sido julgado inimputável em 2023 e novamente em 2024, após a morte de Renato Geovane Alves, outro colega de cela, dentro da Penitenciária Gameleira II. Antes disso, ele foi condenado pelo assassinato da sidrolandense Ivonete Bartolomeu, de 64 anos, em 2022. Na audiência de custódia realizada hoje (3), o juiz plantonista determinou a internação provisória do acusado em uma unidade apropriada no prazo de cinco dias.
“Essas decisões visam proteger a coletividade e garantir o tratamento necessário, mas enfrentamos a realidade de um sistema historicamente negligenciado”, declarou o magistrado, destacando que atualmente o estado carece de uma estrutura adequada para atender casos de alta complexidade como o de Juliano.
No depoimento, Juliano admitiu não tomar medicações por acreditar ser capaz de controlar a esquizofrenia e também confessou o uso de drogas dentro do presídio. O juiz autorizou o emprego de medicação endovenosa para preservar a integridade física do acusado e de outros detentos. Ele também determinou que Juliano permaneça isolado até a realização de nova avaliação psiquiátrica.
A situação lança luz sobre a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para o sistema de execução de penas e saúde mental, uma demanda que não é exclusiva de Mato Grosso do Sul, mas que se reflete em todo o Brasil.
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Foto : Processo/Reprodução
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