TRANSPARÊNCIA

Claudinho Serra desiste de ação para retirar tornozeleira eletrônica

Defesa do vereador alega estratégia e mantém equipamento por mais seis meses após decisão judicial

O vereador licenciado Claudinho Serra (PSDB) optou por desistir da ação que movia na 2ª Câmara Criminal para a retirada da tornozeleira eletrônica que utiliza há quase oito meses. O advogado de defesa do parlamentar, Tiago Bunning, justificou a decisão como uma estratégia legal.

“Desistimos por estratégia, já que a liminar havia sido indeferida. Entendemos que o pedido pode ser mais exitoso futuramente”, declarou. A desistência foi formalizada antes da sessão em que a defesa faria sustentação oral.

Serra, que é monitorado eletronicamente desde abril de 2024, após deixar a prisão, teve três pedidos de habeas corpus negados ao longo do ano. Em novembro, o desembargador José Ale Ahmad Netto rejeitou a solicitação, argumentando que o cumprimento das medidas cautelares não justificava, por si só, a retirada do aparelho. No fim de novembro, o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva prorrogou o uso da tornozeleira por mais seis meses, podendo o equipamento ser retirado apenas em abril de 2025, salvo nova decisão.

Operação Tromper e prejuízos à sociedade

Claudinho Serra foi apontado como líder de um esquema de corrupção desvendado na 3ª fase da Operação Tromper, em Sidrolândia onde sua sogra Vanda Camilo (PP) era prefeita. O esquema teria causado prejuízos significativos ao erário público.

“Os crimes violaram o caráter competitivo de processos licitatórios e resultaram em vultuosos danos ao erário, prejudicando toda a sociedade”, destacou o magistrado responsável pelo caso. Mesmo após as primeiras ações da operação, os crimes teriam continuado, segundo a decisão judicial.

Serra, que atualmente está licenciado do cargo de vereador, também entregou um novo atestado médico para justificar sua ausência nas sessões da Câmara Municipal. Desde que foi preso, o parlamentar não retornou às atividades legislativas e está afastado por licença médica desde abril.

Histórico político e dependência de cargos

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul manifestou-se contra a retirada da tornozeleira e destacou a ligação de Serra com lideranças do PSDB. Sua trajetória política começou como coordenador de campanhas do partido em 2016 e passou por cargos estratégicos no governo estadual antes de conquistar a suplência na Câmara Municipal em 2020.

Claudinho Serra assumiu o mandato de vereador após uma série de mudanças políticas dentro do partido. Ele obteve o cargo em definitivo em 2023, pouco antes de a Operação Tromper vir à tona. Desde então, sua gestão foi marcada por afastamentos e medidas judiciais.

Enquanto aguarda novas decisões, Serra segue monitorado e enfrenta questionamentos sobre sua atuação política e judicial.

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Foto: Divulgação

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