CORRUPÇÃO

Contrato milionário e parentesco com prefeita mantêm vereador sob tornozeleira

Operação Tromper investiga fraudes em Sidrolândia e reforça vigilância sobre genro de prefeita Vanda Camilo

O vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), segue enfrentando batalhas judiciais para se livrar da tornozeleira eletrônica, mas o Ministério Público Estadual (MPE) reforçou a necessidade do monitoramento. Um dos argumentos é a manutenção de um contrato de R$ 17,2 milhões entre a Prefeitura de Sidrolândia e a empreiteira GC Obras de Pavimentação, investigada na Operação Tromper.

Desde abril, o parlamentar é monitorado pela Justiça devido a suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes. Segundo a procuradora de Justiça Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, mesmo após três fases da operação, “a organização criminosa não deixou de atuar, não sendo suficientes para intimidar e para obstar a sua atuação”.

A investigação também destacou o parentesco entre Serra e a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP). Ele é casado com a filha da chefe do Executivo, o que, conforme o MPE, “acresce a possibilidade de acesso ao atual contrato objeto de investigação”. O vínculo familiar, somado à influência política do vereador, preocupa os investigadores.

A decisão de manter ou retirar a tornozeleira está sob análise do desembargador José Ale Ahmad Netto, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O pedido de habeas corpus já foi negado pelo juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia. Em novo parecer, a procuradora reiterou que “a necessidade de manutenção da medida encontra-se suficientemente fundamentada”.

O contrato com a GC Obras é o único que não foi rompido pela Prefeitura de Sidrolândia, o que levanta suspeitas de favorecimento. Para a Justiça, a continuidade do monitoramento eletrônico é essencial para evitar novos prejuízos ao município. A decisão final poderá ser tomada individualmente pelo desembargador ou levada à 2ª Câmara Criminal do TJMS.

O caso expõe mais uma vez os desdobramentos da Operação Tromper, que trouxe à tona supostas irregularidades na gestão pública de Sidrolândia, afetando diretamente os cofres municipais e intensificando a vigilância sobre agentes políticos.

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Foto: Divulgação

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