TRANSPARÊNCIA

Claudinho Serra tenta se livrar de tornozeleira com alegação de “emprego lícito” na Câmara

Claudinho Serra, afastado do cargo há mais de 200 dias, é réu por corrupção e tem histórico de envolvimento com cúpula do PSDB

Claudinho Serra (PSDB), vereador licenciado de Campo Grande, está há 203 dias sem comparecer à Câmara Municipal, mas utiliza seu cargo político para tentar se livrar do monitoramento eletrônico. Serra, que está usando tornozeleira desde 26 de abril, justificou à Justiça que possui “emprego lícito como vereador”, apesar de, no período, ter apresentado apenas licenças médicas.

A defesa do parlamentar protocolou a manifestação um dia após o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) argumentar que Serra tem “dependência de cargos políticos”. Segundo o MP, ele atuava como secretário de Fazenda de Sidrolândia, onde teria liderado um esquema de corrupção. Antes disso, ocupou o cargo de diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esportes).

O vínculo de Serra com a cúpula do PSDB remonta ao ex-governador Reinaldo Azambuja e ao secretário de Articulação Política, Sérgio de Paula. “Em 2016, foi convidado pelo então governador Reinaldo Azambuja para ser um dos coordenadores de campanha dos candidatos do PSDB nos municípios”, destaca a biografia oficial de Claudinho.

Ele disputou sua primeira eleição em 2020, conquistando apenas 3.616 votos e garantindo a 2ª suplência do partido. Chegou à vaga de vereador após uma série de substituições e a renúncia de Ademir Santana, que decidiu focar na campanha eleitoral do PSDB. Claudinho assumiu o mandato em maio de 2023, apenas um mês antes de ser alvo da Operação Tromper.

O MPMS enfatizou que Serra “aparentemente não exerce nenhuma profissão a não ser a anterior dedicação em cargos públicos ou políticos”. Os promotores de Justiça Bianka Mendes e Adriano Lobo Viana de Resende rejeitaram o pedido de suspensão da tornozeleira, alegando a necessidade de garantir a ordem pública e impedir o avanço das atividades criminosas.

O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva será responsável por decidir se o vereador continuará usando a tornozeleira eletrônica.

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Foto: Divulgação

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