Ministra atribui incêndios a “ extremos climáticos”, mas em 2020 culpou Bolsonaro e o acusou de “postura inescrupulosa”
O governo de Mato Grosso do Sul enfrenta o fogo no Pantanal como se numa guerra estivesse. Sem ainda a ajuda do Governo federal, que só foi anunciada no último sábado (22), o trabalho ocorre durante o dia e à noite a fim de combater as chamas e conter o avanço do incêndio para áreas ainda livres do fogo.
Os primeiros focos de grandes proporções na região foram registrados no início do mês e desde então as ações foram desenvolvidas apenas pelo governo de Mato Grosso do Sul, cujo Estado detém quase dois terços da área do bioma.
Para se ter ideia, até o momento Mato Grosso do Sul investiu R$ 50 milhões na estrutura de combate aos incêndios, incluindo a instalação de 13 bases avançadas dos Bombeiros em solo pantaneiro para reduzir o tempo de resposta. Já o governo Lula não mandou nem um centavo para o Estado.
Ontem à noite (24), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deu coletiva para falar sobre os incêndios no Pantanal, após a região queimar por mais de 20 dias, causando a destruição de quase 550 mil hectares.
A ministra sul-mato-grossense Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) também participou da entrevista. Prometeu que a equipe econômica definirá o valor a ser investido pelo Governo federal.
Aos jornalistas, Marina disse que que os incêndios atuais no Pantanal são agravados pelos extremos climáticos e por ações criminosas. “Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal. Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa”, afirmou.
A ministra explicou que, no período entre os fenômenos do El Niño e El Niña, de estiagem na região, fez com que uma “grande quantidade de matéria orgânica em ponto de combustão” esteja propiciando incêndios que são “fora da curva” em relação a tudo que se conhece.
Em 17 de setembro de 2020, no entanto, Marina Silva publicou no Twitter duras críticas ao então governo do presidente Jair Bolsonaro pelos incêndios no Pantanal, a quem atribuiu “postura inescrupulosa”:
“O Pantanal arde em chamas, mas a postura inescrupulosa do presidente é dizer que são críticas desproporcionais. Criminosamente desproporcional é a falta de medidas para enfrentar o tamanho do problema da destruição dos biomas brasileiros”.
Na semana passada, em reunião em Brasília, o Governo de Mato Grosso do Sul solicitou apoio federal para o combate aos incêndios florestais no Pantanal. O reforço nas ações já realizadas pelo Governo do Estado, através do Corpo de Bombeiros, foi confirmado no último sábado (22) pelo Governo Federal.
As frentes sul-mato-grossenses vão receber auxílio de mais três aeronaves do ICMBio e além de mais quatro aeronaves de grande porte do Exército. Também foi dado sinalização positiva sobre a chegada de 50 homens da Força Nacional para reforçar o combate direto ao fogo. Duas aeronaves Air Tractor já estão em Corumbá desde domingo (23).
Todas as frentes
As ações têm sido realizadas por terra, ar e pelo rio Paraguai, que abastece as equipes com água em grande quantidade para ajudar a combater o incêndio na região. No combate direto ao fogo, o Corpo de Bombeiros usa de tecnologia que permite direcionar as equipes das mais diversas formas para os locais com detecção dos focos, além de auxiliar em uma atuação mais eficiente.
A complexidade do trabalho envolve técnicas específicas para conter e extinguir as chamas, seja de dia ou de noite na Operação Pantanal 2024 – que começou em 2 de abril e desde 11 de junho está na chamada ‘fase de resposta’, com intensa atuação das equipes no bioma.
No último sábado (22), as aeronaves do Grupamento de Operações Aéreas, do Corpo de Bombeiros e da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo, da Polícia Militar, atuaram na área conhecida como Bracinho, em frente ao Porto Geral de Corumbá.
“É uma área em que a fumaça tem incomodado a população devido à proximidade com a cidade e a quantidade de fumaça. Por isso concentramos os lançamentos no local. Retomamos os combates nas proximidades de Corumbá e estamos prontos para ação em outros pontos de interesse”, explica o capitão Jonatas Lucena, do GOA.
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Por:MSemBrasilia
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