CORRUPÇÃO SIDROLÂNDIA

Com provas suficientes,MP recusa acordo com servidora e defesas tentam saber quem réu “entregou”

Ana Flores ,funcionária da Prefeitura de Sidrolândia tentou acordo de delação premiada, como ex-chefe de licitações Tiago Basso

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recusou a oferta de acordo de delação premiada feita pela defesa da ex-pregoeira e servidora da Prefeitura de Sidrolândia, Ana Cláudia Alves Flores, acusada de envolvimento em esquema de corrupção.

Segundo o advogado da ré, David Olindo, os promotores não se interessaram pelo que Ana Cláudia prometia “entregar” por considerarem já ter em mãos o suficiente para provar a participação dos investigados nas supostas fraudes em licitações para a obtenção de lucro por desvios de dinheiro público pagos em contratos milionários com a administração do município.

A tentativa de acordo aconteceu logo depois que Ana Cláudia foi presa, na terceira fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) no dia 3 de abril.

Conforme revelado pela Tromper até agora, a funcionária pública teria sido cooptada por um dos líderes do esquema, o empresário Ricardo José Alves Rocamora, e se tornou “sócia” dele em empresa criada apenas para dar aparência de concorrência em licitações, a Do Carmo Comércios e Serviços, cujo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Física) foi registrado no nome da mãe de servidora comissionada da prefeitura.

Ricardo Rocamora permanece foragido (Foto:Four News)
Ricardo Rocamora (Foto:Four News)

A defesa de Ana Cláudia nega a sociedade. Ao fazer o pedido de liberdade da cliente, David Olindo fala sobre a honra da servidora que havia sido ofendida. “Tem sido vilipendiada em sua reputação pessoal, com as afirmações de que é amante deste ou daquele denunciado, que é sócia de empresa que faturou com licitações, sem nenhuma prova material sobre a questão, estando assim, soterrada em sua dignidade pessoal. A paciente não é sócia, não é amante e não tem nenhuma ligação íntima com o suposto esquema fraudulento”.

O advogado não nega que a funcionária possa ter alguma participação nas fraudes. Argumenta, porém, que Ana Cláudia apenas obedecia ordens. “Participou muito mais em troca de um salário melhor, mas principalmente por receber ordens superiores, não representa nenhum perigo à sociedade, sendo esse fato algo isolado em sua vida”, completou.

A servidora foi solta no dia 27 de abril e responde às acusações em liberdade, monitorada por tornozeleira eletrônica.

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Por:Campo Grande News

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