Ele contou à Câmara que viu um homem morrer na cela onde ficou 23 dias preso por suspeita de corrupção
Faltando apenas três sessões para perder o mandato de vereador na Câmara Municipal de Campo Grande, Cláudio Jordão de Almeida Serra, o “Claudinho Serra” (PSDB), pediu afastamento por um mês. Apresentou atestado médico por estar “psicologicamente abalado”. Nas últimas semanas, ele ficou longe, preso por 23 dias como alvo de operação contra corrupção na Prefeitura de Sidrolândia.
À Câmara, o vereador contou que viu um homem morrer no presídio, o que o deixou transtornado, por isso a necessidade de tratamento. O preso em questão é PM reformado que assassinou um empresário dentro do Procon. José Roberto de Souza, 54 anos, também estava no Centro de Triagem Anísio Lima e morreu por problemas cardíacos no dia 19 de abril.
“Eu entendo que ele está abalado, porque acho que morreu um preso do lado dele lá. Acho que estava na mesma cela dele lá. Morreu do lado dele. Então ele está abalado. E aí ele consultou e o médico pediu para ficar uns dias afastado”, comentou o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o “Carlão”.
Ele chegou a dizer que o Regimento Interno da Casa de Leis não impede que investigado ou réu em processo continue exercendo o mandato, mesmo de tornozeleira. Outra alternativa para Claudinho continuar no trabalho era a opção remota, mas ele descartou. “A hora que ele entender que ele está bem, que o médico der alta para ele, ele vai ter que voltar a trabalhar, on-line ou não. A parte on-line (trabalho remoto) é regulamentada, ele podia votar, mas ele achou melhor pedir essa licença médica”, disse Carlão.
Sobre os dias que faltou ao serviço, o presidente da Casa garante que foram descontados. “O regimento interno diz o seguinte: a partir de hoje tem justificativa. Nós vamos receber o atestado médico, vamos abrir um processo e o nosso procurador vai ver se ele fica 15 dias (pago) pela Câmara e 15 dias pelo INSS, isso é questão de procuradoria. Mas como ele recebe com subsídio, não é salário, deve ficar tudo pela Câmara mesmo”, explicou.
Nesta terça-feira (30) ocorre a primeira sessão da semana, mas o vereador avisou que não vai aparecer. Ele foi solto na última sexta-feira, mas com uso de tornozeleira eletrônica. Desde então, não conversou com a imprensa sobre as acusações e segue recluso em casa, em condomínio de Campo Grande.
Claudinho foi preso no dia 3 de abril, alvo da 3ª fase da Operação Tromper, que desvendou esquema de corrupção por meio de fraude em licitações para a obtenção de contratados milionários com a Prefeitura de Sidrolândia. O tucano, antes de ser vereador na Capital, foi secretário de Fazenda no município do interior governado pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP).
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento no esquema fraudulento. A acusação alega que o grupo tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.
Na lista de investigados estão os três considerados chefes do esquema: Claudinho Serra”, o empresário Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”.
Na denúncia ofertada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e 3ª promotoria de Sidrolândia, Claudinho Serra foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva; Rocamora por fraude em licitação e corrupção ativa, assim como “Frescura”, também acusado de peculato.
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Por: CG News
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