CORRUPÇÃO SIDROLÂNDIA

Após devassa do Gaeco, Prefeitura de Sidrolândia é alvo de auditoria do TCE

TCE aprovou pedido de auditoria que deve ser realizada “in loco”, após denúncias de corrupção

Auditoria foi aprovada durante reunião do pleno do TCE, hoje. (Foto: Henrique Kawaminami/Campo Grande News)

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) irá fazer auditoria nas contas da Prefeitura de Sidrolândia. A varredura foi pedida pelo MPC (Ministério Público de Contas), motivada pelas denúncias de sonegação fiscal, peculato, associação criminosa e fraudes em licitações com empresas que prestam serviço há anos para administração pública.

No dia 18 de maio, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Tromper (enganar, em francês), cumprindo 16 mandados de busca e apreensão em escritórios de empresas que concorrem em licitações em Sidrolândia. O esquema de corrupção, conforme investigação, estava em operação desde 2017.

Hoje, o procurador do MPC, João Antônio de Oliveira Martins, formalizou pedido de avaliação prévia nos contratos firmados pela prefeitura. “É caso delicado e pode se dizer grave e que necessita da ação do TCE”, justificou.

Martins citou a operação que mostrou as cifras milionárias dos contratos firmados com os alvos do Gaeco: Rocamora, R&C Comércio Serviços e Manutenção Ltda (R&C Dedetizadora), Evertom Lucero e 3M produtos, receberam R$ 13.727.781,70 das duas últimas administrações.

Conselheiro Osmar Jerônymo diz que a tendência é que vistoria seja feita “in loco”. (Foto: Henrique Kawaminami/Campo Grande News)

O procurador ainda demonstrou surpresa pela quantidade de serviço prestados pela Rocamora Serviços de Escritórios Administrativos. “Pasmem, senhores, uma das empresas [Rocamora], aberta em 2019, com capital social de R$ 100 mil, tem amplíssimo rol de atividades”.

A empresa tem como atividade principal a venda de equipamentos de informática, mas, no ramo secundário, está listada em outras 86, comercializando doces, artigos de cama, mesa e banho e até oferecendo construção de edifícios e imunização de pragas.

Martins disse que a empresa fez atas para contratar empresas no serviço de lavagem de veículos, manutenção de ar-condicionado e que a Rocamora tem participado de procedimentos administrativos que podem alcançar R$ 1,7 milhão.

O pedido de avaliação prévia foi analisado e deferido na reunião do pleno do TCE. Os votos foram dados pelos conselheiros Osmar Jerônymo, Márcio Monteiro, Leandro Lobo, Célio Lima e Flávio Kayatt, o último, relator da auditoria.

O corregedor-geral do TCE, conselheiro Osmar Jerônymo, explicou que a auditoria pode ser feita com base na avaliação de documentos, mas, neste caso, a “tendência é verificar in loco”. Ainda não há data prevista para o início dos trabalhos.

Por:Campo Grande News

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