Para o presidente, não importa quem vença: Riedel e Contar são seus correligionários e o eleitor irá escolher o melhor para o Estado
Ninguém entendeu quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o debate da Rede Globo para pedir votos a Capitão Contar (PRTB) para o Governo de Mato Grosso do Sul.
Afinal, desde o início da campanha o presidente deu mostras de apoio ao candidato do PSDB, Eduardo Riedel, que teve como grande parceira a ex-ministra Tereza Cristina (eleita para o Senado no domingo passado).
Os primeiros dias após a declaração de Bolsonaro foram de confusão. O mundo político sul-mato-grossense se dividiu. Uns diziam que o presidente era um traidor, um político sem palavra. Outros comemoraram a fala do mandatário. Houve também quem ficou em silêncio, matutando sobre o movimento político feito por Bolsonaro no xadrez político sul-mato-grossense.
Passados alguns dias – e o primeiro turno – as coisas ficaram muito mais claras. Bolsonaro mexeu no tabuleiro com uma jogada de mestre: em alguns segundos tirou do segundo turno o ex-governador André Puccinelli (MDB) e garantiu dois palanques em Mato Grosso do Sul.
Para o presidente, não importa qual dos dois será o próximo governador do Estado. Esta decisão será do eleitor. Ambos são seus aliados de primeira hora. Contar representando aquele bolsonarismo mais xucro, pouco afeito ao diálogo, agressivo Riedel, por sua vez, representando o bolsonarismo inteligente, aquele que busca estratégias econômicas alinhadas com o liberalismo e a um Estado menos paquidérmico, mais eficiente e enxuto.
Pode-se fazer muitas críticas a Bolsonaro, mas não a que lhe falte tino político e visão estratégica.
Por: Alípio Neto
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