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Gerson Claro é deputado de nenhum projeto, suspeito na justiça, mas protegido por ela.

Chega a ser triste que o primeiro deputado eleito por Sidrolândia ter uma atuação pífia, demonstrando claramente que buscou sua eleição apenas para se safar das diversas investigações das quais é alvo. 

Desde abril de 2018 a Justiça aceitou denúncia feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra o atual deputado estadual por Sidrolândia, Gerson Claro, na Operação Antivirus por corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato. Ele foi denunciado junto a outras 17 pessoas.

A Operação Antivírus apurou irregularidades envolvendo contratos “supostamente” fraudulentos firmados entre o Detran e empresas de tecnologia. Além de Claro, também Ary Rigo, Jonas Schimidt das Neves, José do Patrocínio Filho e Luiz Alberto de Oliveira Azevedo chegaram a ser detidos na deflagração da operação.

Foto/TCE

Foram implicados no processo Suely Almoas, Fernando Daga, Anderson Campos, Celso Braz Santos, Gerson Tomi, Donizete Aparecido, José Sérgio Paiva Junior, Parajara Junior, Danielli Rigotti, Claudinei Rômulo, João Batista Lopes, Elso Correa de Souza e Roberto Durães.

À época, a juíza Eucelia Cassal negou pedido do Gaeco que solicitava sua prisão preventiva por entender que os réus poderiam colocar em risco a investigação ou que poderiam intimidar testemunhas. Gerson foi impedido de manter contatos com funcionários do Detran-MS e, afastado das funções.

No decorrer das investigações e processo, o juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos da Capital, David de Oliveira Gomes Filho, havia determinado a transferência dos recursos bloqueados para conta do Tribunal, tanto de Gerson quanto das empresas Digithobrasil Soluções e dos empresários Jonas Schimidt das Neves, Daniele Correia Maciel Rigotti e Suely Aparecida Carrilhos de Almôas. A decisão foi posteriormente revogada pelo relator do caso na 5ª Câmara Civil, desembargador Vladimir Abreu da Silva, no mesmo dia em que recorreram do bloqueio de bens o ex-diretor de tecnologia da informação do DETRAN, Gerson Tomi, o ex-diretor-adjunto, Donizete Aparecido da Silva, e o diretor-presidente do órgão, Gerson Claro Dino, a época candidato a deputado estadual pelo PP, acusado de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. Os três chegaram a ser presos.

Pivô da crise, a empresa Pirâmide Informática foi contratada por  R$ 7,4 milhões, com dispensa de licitação, para exercer serviço de ‘Implantação, Manutenção e Operação do Sistema de Registro de Documentos do DETRAN’.

Gerson Claro alegou que quando assumiu o Detran havia um consórcio que prestava o serviço de registro dos contratos de financiamento de veículos, que cobrava valores de cercas de R$ 136 por contrato, e que a Pirâmide Informática executava o mesmo serviço por cerca de R$ 102.

Para o desembargador, “Vê-se que se torna necessário apurar, no decorrer da instrução processual, a eventual má-fé dos agravados ao contratarem, sem licitação, a empresa Pirâmide Central Informática Ltda-ME, o que implicaria em ofensa aos princípios da Administração Pública”.

Crimes investigados foram corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, peculato e organização criminosa – Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a contratação da Pirâmide Informática se apresentava como ‘totalmente dispensável’, uma vez que apenas servidores do Detran  poderiam validar os contratos de financiamentos para fins de registros junto ao Detran.

Foram tantos os “desencontros” durante a gestão, chegaram a esbarrar em Ary Rigo, ex-vice-governador e ex-presidente da Assembleia Legislativa, e o diretor do Tribunal de Contas do Estado, Parajara  Moraes Alves Júnior.

Rigo foi deputado estadual ainda pelo Mato Grosso uno e é considerado uma das lendas da política sul-mato-grossense, foi vice-governador na chapa com Pedro Pedrossian, e se revezou com Londres Machado no comando do legislativo estadual. Caiu em desgraça em 2010, quando acabou no furacão da Operação Uragano, na qual apareceu em gravação de vídeo apontando o pagamento de mensalão para integrantes do Tribunal de Justiça (R$ 900 mil), para o então chefe do MPE, Miguel Vieira da Silva (R$ 300 mil), ao governador André Puccinelli (MDB, com R$ 2 milhões) e deputados estaduais. Não eleito em 2010, para o Gaeco, ele seria sócio oculto da Digix, que mantém contratos milionários com o Governo do Estado.

Em interceptações telefônicas, feitas com autorização da Justiça, o ex-deputado intercede junto ao prefeito Marquinhos Trad (PSD)  para que a prefeitura contrate os serviços da empresa.

Ninguém é “indicado” gratuitamente para a diretoria do Detran, Gerson Claro sem grandes qualificações e com um histórico de amizades em grupos como esse, parece que, também, não. Sidrolândia aguardou tanto para conseguir uma representação na Assembleia e, hoje, se penaliza por isso.

Genis trabalhou no Detran-MS em Sidrolândia entre 1999 e 2002.

Agora deputado estadual, Claro parece ter as benesses do cargo no enfrentamento com a Justiça, e amparado em tantos e tão poderosos amigos. Mas ninguém vive de passado, no entanto revendo a extensa ficha de denúncias “incomprovadas” contra Gerson Claro, chega a dar medo do presente e do futuro.

O deputado não tem nenhum projeto de relevância apresentado, sua participação nas sessões chega a ser pífia, apenas aprova tudo o que vem do governo, sendo base aliada que não discute, não questiona e apenas elogia as propostas apresentados por outros. Questionar jamais, quer mesmo é articular, o que entristece os sidrolandenses e, talvez, envergonhe seus eleitores. E Viva a Democracia, quando tudo se pode mudar após quatro anos.

 

Por: MS Negócios

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