Segundo a especialista, certos produtos usados na fabricação podem fazer mal à saúde.
A gente sempre ouve nutricionistas condenando alguns alimentos por fazerem mal à saúde devido a química usada no processo de produção. Evitar um salgadinho ou uma lasanha congelada tudo bem, mas recente uma polêmica indica que até a nossa cervejinha entrou nessa jogada.
A nutricionista Isabella C. publicou um vídeo em sua página profissional do Facebook, Naturale You, que já chegou a mais de 13 milhões de visualização (até a publicação dessa matéria), no qual defende a ideia de evitarmos algumas marcas de cerveja que acrescentam aditivos suspeitos entre os ingredientes.
“Houve muito interesse das pessoas que querem ser mais saudáveis, empresas que defendem esta ideia já me contactaram me parabenizando pela criação da conscientização de uma mudança de pensamento, atitude e comportamento”, diz Isabella.
De acordo com Isabella C., devemos evitar beber as cervejas Antártica,Skol,Brahma e Itaipava ou qualquer outra que possua em seus ingredientes: conservantes, estabilizantes químicos ou cereais não maltados.
“Pô, vou beber o quê, então?”
Segundo a especialista, existem marcas que declaram entre seus ingredientes apenas o essencial para fazer a cerveja: água, lúpulo, malte e, em alguns casos, fermento ou levedura. Estas são consideradas pela nutricionista como ótimas para uma alimentação mais natural.
As marcas heineken, Einsenbahn e Devassa foram aprovadas por ela.
São cervejas um pouco mais caras, mas nem tanto. Como exemplo ela cita ter pago R$2,29 em uma lata de Antártica e R$2,39 na Devassa.
Afinal, o que são esses aditivos químicos no rótulo?
De acordo com Hélio Souza, engenheiro de alimentos pós-graduado pela Unicamp, os antioxidantes que a nutricionista leu nos rótulos são usados para aumentar o que chamamos de vida de prateleira ou Shelf Life, pois ajudam na conservação do produto.
Já o estabilizante serve para aumentar a duração e estabilidade da espuma. Em cervejas produzidas em larga escala, faz sentido prolongar a “vida de prateleira”, não é?
“Esses aditivos não são fundamentais. Em um processo bem monitorado não há a necessidade destes insumos, mas são utilizados para a cerveja ter uma validade maior. As cervejas artesanais, por exemplo, sem estes aditivos, têm duração mais curta”, nos explicou Hélio Souza.
É seguro consumir essas substâncias, mas…
Isabella afirma que o uso de tais substâncias é permitido pela nossa legislação e não são apenas as cervejas que o fazem. Isso também foi lembrado pelo engenheiro de alimentos Hélio Souza:
Estes aditivos, em quantidade certa, não causam mal ao consumidor. Eles têm suas dosagens regulamentadas e, na produção em larga escala, são vitais para a vida útil da cerveja. Nós os consumimos em quase todo produto industrializado. A gama é enorme: de farinha a produtos cárneos” – explica o profissional.
Apesar de estar tudo dentro da lei, a nutricionista insiste que devemos evitar o consumo de aditivos químicos, pois nosso corpo pode não reagir muito bem a diversos produtos industrializados que utilizam essas substâncias. Para ela quanto mais natural, melhor!
Em um segundo vídeo vídeo ,desta vez publicado no canal do Youtube da profissional, ela reforça o posicionamento de que é importante evitar aditivos químicos:
“Muitos estudos associam diferentes aditivos químicos a diversas formas de doenças, alergias, intolerâncias…”, afirma a nutricionista.
Como argumento, ela cita o estudo da nutricionista Fabrícia de Souza Ferreira, publicado no site da Universidade Vale do Rio Verde, que alerta para os riscos toxicológicos no consumo de longo prazo dessas substâncias.
Nada de transgênicos!
Outro questionamento feito pela autora dos vídeos foi o uso de cereais não maltados, ou seja, milho na produção das cervejas nacionais e se eles não seriam transgênicos (aqueles que são geneticamente modificados).
Uma polêmica com mais de 13 milhões de visualizações não podia passar despercebida, não é? A fabricante de cervejas Ambev se posicionou sobre o assunto e garantiu que não utiliza milho transgênico em suas cervejas.
E cerveja de milho, pode?
Segundo o cervejeiro por vocação e geógrafo por profissão Victor Viana, existe uma Lei de Pureza Alemã (do ano 1516!), também conhecida como Lei de Reinheitsgebot, a qual determina que cerveja só é cerveja se for composta por água, malte, lúpulo e levedura (fermento).
De acordo com a legislação brasileira, esses quatro ingredientes são obrigatórios, porém não precisam ser os únicos.
Ainda em resposta à nutricionista o mestre cervejeiro da Ambev, Leonardo Horn, gravou um vídeo, publicado na página da empresa, explicando a utilização do milho e de tais aditivos químicos em algumas marcas da companhia.
Ele defende a ideia de que o milho seria o cereal disponível em nossa região de forma mais abundante e por isso acaba sendo utilizado.
Mesmo assim, para o produtor de cerveja artesanal Victor Viana, o uso do milho na produção de cervejas vai além do fator regional. É mais uma questão de custo vs. benefício:
“O uso de milho entra nessas receitas por duas causas principais: custo de produção e baixa adesão de corpo à cerveja – o milho é base para geração de álcool sem dar sabor à cerveja. O resultado é uma cerveja fácil de beber (fácil no sentido de pouco corpo e complexidade), com boa aceitação pelo grande público e valor acessível – fatores almejados pelas grandes indústrias” – declara o produtor.
Cuidado com as marcas!
Todas as fontes consultadas ressaltaram um ponto importante para a gente guardar na cabeça e não esquecer mais: cervejas de uma mesma produtora podem ter ou não os tais aditivos químicos, isso depende da marca!
Então, atenção ao rótulo de cada uma na hora de abastecer o estoque.
Fonte(s): Gizmondo, UFPB, Ambev, Naturale You, Facebook – Nature You, TV Minas – SOS solteiros
Deixar um Comentário
Você precisa fazer login para postar um comentário.