Os funcionários tiveram que voltar a trabalhar mesmo com gente passando mal com o cheiro de amônia.
Representante do Sindaves (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Aves de Sidrolândia) postou um vídeo nas redes sociais na noite de sexta-feira (26), apontando que a JBS/Seara fez descaso com os colaboradores após o vazamento de amônia.
Segundo o representante ele foi levar sua esposa para trabalhar e se deparou com a cena dos trabalhadores fora da empresa, um cheiro forte de amônia e até a guarita sem gente porque ninguém estava aguentando o fedor.
“Tive informações que o vazamento começou umas 16h, 16h30, no setor de lavagem de caixa, porque rompeu um cano lá. E também tive informação de um trabalhador que em alguns setores a sirene de evacuação não funcionou. Um total desrespeito com a vida e com a saúde dos trabalhadores”, conta.
Ele também informou que diversos supervisores exigiram que os trabalhadores voltassem para o trabalho, mesmo com o forte cheiro e com alguns passando mal. Outro supervisor ainda exigiu que os funcionários andassem a pé em um trecho que estava pior de cheiro.
“É um total desrespeito. Para eles o que importa é a produção e não a vida do trabalhador. Teve até uma menina que desmaiou e foi socorrida e levada para o hospital pelos colegas”, ressalta.
O colaborador ainda contou que seu colega viu caminhões parados e perguntou aos motoristas por que eles estavam parados tendo como resposta que frango não poderia sentir o cheiro de amônia.
“É isso que a empresa faz com você trabalhador. Para eles importa o frango e não a vida e saúde do trabalhador. Para eles não importa se um perder a vida. É só colocar outra lá no lugar e pronto”, desabafa.
Segundo informações, seis colaboradores precisaram ser hospitalizados. Sendo quatro para o UPA e dois para o hospital Elmíria Silvério Barbosa.
Alguns colaboradores informaram à nossa redação que a empresa liberou para os funcionários entrarem, mas diversos deles não aguentaram o cheiro da amônia e saíram.
“No fundo da sala de corte estava impossível respirar. Nós pedíamos socorro para os brigadistas que estavam despreparados e deixando de atender vítimas desmaiando”, reclama uma funcionária que estava no local.
A empresa retornou o abate às 5h da manhã. Foram mais de 10 horas de paralisação deixando a empresa de abater cerca de 90 mil frangos.
Em nota, a JBS informou que o vazamento foi prontamente controlado e que alguns colaboradores receberam atendimento médico e foram liberados.
“As causas do acidente serão apuradas”, finaliza a nota.
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