POLÍTICA

Gastando menos e recebendo 20% a mais do que a gestão anterior, presidente da Câmara se gaba com o pouco dinheiro público devolvido

Carlos Henrique de Olindo recebeu mais de R$ 2 milhões a mais do que a gestão anterior, porém gastou menos. Então, onde está o restante do dinheiro?

Foto: MS Negócios.

 

O presidente do biênio 2019-2020 da Câmara Municipal de Sidrolândia, Carlos Henrique de Olindo, fez questão de divulgar aos quatro ventos que irá devolver mais de R$ 1 milhão para o Executivo. O motivo, segundo ele, foi em razão da economia que fez. Mas de acordo com o Portal da Transparência do órgão, ele recebeu R$ 2 milhões a mais que o presidente anterior e ainda deixou de pagar contas que seriam essenciais. Então cadê todo esse dinheiro a mais?

O Legislativo recebe todo mês de duodécimo, 7% do orçamento anual da prefeitura. Em 2017 foi recebido um total de R$ 6.101.326,42 e em 2018 foi recebido R$ 6.056.707,42, totalizando R$ 12.158.034,32. Já em 2019 a Câmara recebeu R$ 6.860.082,32 e no ano de 2020 a câmara recebeu R$ 7.783.598,56, neste valor já está sendo contado o do mês de dezembro. Neste biênio deu um total de R$ 14.643.680,88, ou seja, R$ 2.485.646,56 a mais do que a gestão passada.

E aí fica a pergunta: onde está todo esse dinheiro a mais? Como passamos por um ano quase inteiro em meio a uma pandemia, os vereadores não tiveram diárias. Outro ponto de economia foi em relação aos carros. Os vereadores tiveram um limite de quilometragem para andar e, caso andassem a mais, o dinheiro da gasolina saía do bolso deles. O salário dos assessores foi menor e ainda houve economia neste cargo, já que nesta gestão, nem todos os vereadores tiveram dois assessores.

O presidente do biênio 2017-2018, vereador Jean Nazareth, mesmo recebendo a menos e gastando mais, devolveu ao município R$ 100 mil para a compra de uma UTI móvel. Se Carlos Henrique tivesse gastado os mesmos valores, ainda sobraria mais para a devolução. Mas além de receber a mais, ele gastou a menos, então as contas não estão batendo. As especulações são muitas: houveram diversas reformas sem fim no prédio, foram colocados rastreadores em todos os carros sem necessidade e foi contratado o serviço de locação de software que custou bastante no orçamento anual.

Os vereadores precisam estar de olho em todas essas contas e nos gastos feitos, pois a publicidade para se autopromover foi feita, mas será que ela está correta?  Ninguém saberá!

 

Por: Juliana Zanlorenzi
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