SIDROLÂNDIA

Quinta-feira mais 235 assentados do Eldorado vão receber título de propriedade

Esta é a segunda titulação promovida em Sidrolândia neste ano pelo Incra, que no último dia 6, entregou 296 títulos e 46 Contratos de Concessão a famílias do Eldorado II na presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Estes lotes somam 3.442 hectares.

Foto:MS Negócios

Em ato programado para quinta-feira (25) às 09h00 na Escola João Batista Retiro, mais 235 títulos de propriedade serão entregues pelo Incra, além de 36 Contratos de Concessão de Uso (CCU) para famílias do Eldorado I.

Os 235 lotes titulados somam 3.746 hectares avaliados em R$ 1.881.259,37. São parcelas de até 15,9 hectares e cada assentado vai pagar R$ 7.998,14 como taxa de outorgas, em 16 parcelas de R$ 470,48. Esta é a segunda titulação promovida em Sidrolândia neste ano pelo Incra, que no último dia 6, entregou 296 títulos e 46 Contratos de Concessão a famílias do Eldorado II na presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Estes lotes somam 3.442 hectares.

Entre os assentados beneficiados com título de propriedade está dona Idalina Cano que conseguiu ser contemplada com a área após cinco anos de acampamento em diversas regiões do Estado. Começou num acampamento em Dourados até chegar a Fazenda Mutum, de onde saiu para entrar no seu lote. Neste período recebeu de apoio oficial o crédito no valor de R$ 4 mil. “Nos empurraram ferramentas de péssima qualidade que tive de trocar por novas, compradas com recurso próprio. O Incra também deu o material para a construção da casa”, relata. Com o título, espera finalmente ter acesso ao Pronaf para investir na produção. Ela cultiva mandioca e abóbora que destina para o consumo da família e o excedente vende na vizinhança.

Dos 12 hectares, ela só tem o controle sobre oito, os outros quatro hectares é sua parcela dos 40 hectares que deveriam ser explorados de forma coletiva por 10 famílias. Em parceria com um vizinho plantou soja nesta área.

Quem também vai receber o título é José Pergomo que além dos oito hectares divide com um irmão os quatro hectares destinados ao uso coletivo. Ele se dedica a criação de gado e com o título, planeja contratar um novo financiamento para investir na melhoria do rebanho.

O simples anúncio da entrega dos títulos já está abrindo novas oportunidades de financiamento. O pequeno produtor Sidney Morgado foi surpreendido ontem com a ligação do banco lhe oferecendo várias linhas de crédito com juros baixos. “Nem sei como eles conseguiram o número do meu celular”, revela. Ele já fez vários financiamentos que possibilitaram comprar dois resfriadores, instalar ordenha mecânica além da aquisição do rebanho. Hoje tem nove vacas que produzem até 100 litros de leite que vende para um laticínio de Jateí e outras 31 que estão prenhas. Mês passado conseguiu um faturamento bruto de R$ 3.550,00, com a venda do leite. Com as despesas, R$ 1,1 mil só de ração, dentre outros custo, tira livre R$ 2 mil.

A venda de bezerros é outra fonte de renda da propriedade que tem o reforço de parte do pasto do lote vizinho que ele alugou para manter seu rebanho. Sidney conta com a ajuda da namorada, Luiza Vieira, dona de um lote próximo.

Para reforçar a renda, depois que termina o serviço com a produção leiteira, por volta das 6h30, sai para atender os seus clientes, com a venda de sal mineral. Já está no seu terceiro carro, uma Strada modelo 2021.

Regularização

Além da titulação de 531 lotes nos núcleos Eldorado I e II, está sendo regularizada a posse de 541 lotes em nove assentamentos. No Assentamento São Pedro, que é um dos mais antigos do município, dos 294 assentados, só 79 são remanescentes do grupo que originalmente foi beneficiado pela reforma agrária.

Com a emissão de Contratos de Concessão de Uso, será regularizada a posse de 216 lotes assumidos por pequenos produtores. No Capão Bonito I, 75% dos assentados receberão CCU. Dos 133 assentados, 101 terão a posse regularizada e no Capão Bonito II, que tem 308 lotes, 65 famílias receberão o documento. No Vacaria, de 48 lotes, 33 terão a posse regularizada.

A expectativa é de que com a titulação dos lotes os assentados passam a ter acesso as linhas de crédito para investir na produção e compra de equipamentos e implementos.

 

*Por: Assessoria
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