A caminhada conjunta do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental é uma diretriz defendida não de hoje pelo governador Eduardo Riedel, sendo novamente colocada em discussão pelo chefe do Executivo sul-mato-grossense nesta segunda-feira (21) durante a sexta edição do Seminário Agronegócio Sustentável, realizado pelo jornal Folha de São Paulo.
Eduardo Riedel foi um dos convidados do evento, ao lado do governador mato-grossense Mauro Mendes, do coordenador do mestrado em Agronegócios da FGV Agro, Eduardo Assad, da senadora Soraya Thronicke e da sócia-líder me mercado para o agronegócio da KPMG, Giovana Araújo.
Sob a temática ‘O desenvolvimento do agronegócio e os incentivos à preservação do meio ambiente’, a mesa aconteceu no auditório localizado na sede da Folha, precedente da segunda mesa de discussão, nomeada ‘A produtividade no Nordeste’.
“Deixamos claro os rumos que Mato Grosso do Sul tem tomado em relação a sua industrialização, como nossas práticas sustentáveis tem nos tornado protagonistas de um exemplo bem sucessido em âmbito global. Queremos exportar, se fazer presente nos mercados, pessando essa mensagem clara: o que foi construído nos últimos 30 anos em termo de desenvolvimento da agropecuária se transforma agora em industrialização. Temos muito a mostrar”, comenta Eduardo Riedel.
O governador ainda destaca que cada vez mais existe uma consciência sobre a produtividade e as práticas adotadas pelo setor, evoluindo e aprimorando-as para que se obtenha nos biomas nos quais o Mato Grosso do Sul está instalado uma produção responsável com sustentabilidade.
“No Brasil construímos um modelo de produção que caminha lado a lado com a sustentabilidade. Pode parecer um paradoxo, principalmente se você olhar para os dados sobre desmatamento, mas temos que separar o que é ilegal e legal”, frisa durante sua fala no evento.
Segundo dados apresentados pelo professor Eduardo Assad na palestra, de todo o desmatamento ocorrido no país, 95% dele é ilegal. Ele defendeu mais rigor no cumprimento da lei, o que foi corroborado pelo governador de Mato Grosso do Sul logo em seguida.
“Não pode mais ter espaço para ilegalidade. Tem que ter a mão dura do estado”, comenta Riedel, que antes já havia elencado as ações positivas do agronegócio diante dos desafios que vem se apresentando para a atividade, que vem chamando a atenção pelo seu vigor.
O trabalho realizado pela Embrapa foi lembrado pelo governador como algo que possibilitou a inserção de técnicas que propiciam balanço de carbono, como o plantio direto. Outro situação citada foi o processo de transição energética a qual passa o país, baseado em um histórico positivo do agronegócio ao longo das últimas quatro décadas.
“Tivemos a Revolução Verde, agora chegam os processos da biotecnologia, que pouco a pouco o agro vem incorporando. São resultados extremamente positivos se pensando em sustentabilidade, que no mo meu ponto de vistatem três pilares: balanço de carbono, água e biodiversidade. E hoje o Brasil tem 74% de seu território preservado”, aponta.
Riedel também ressalta que existem dezenas de milhares de hectares de pastagens degradadas e que podem ser recuperadas e aproveitadas com plantações mais produtivas, fazendo dessa e outras discussões no entorno do desenvolvimento sustentável um debate permanente.
Dados apresentados no seminário mostram que em 32 anos, partindo de 1990, quadruplicou a produção de grãos no Brasil, mas a área plantada apenas dobrou. A agricultura ocupa no país meros 9% da área, sendo que ainda há 26% de áreas de pastagens degradadas – porcentagem esta vista por Riedel como uma oportunidade de crescimento com redução de emissão de carbono.
“Temos uma matriz energética hoje se baseando no agro. O etanol é muito competitivo e de repente agora surge também o milho. A celulose e a expansão das florestas trouxeram um balanço de carbono negativo. São práticas que mostram um agro de baixo carbono. A mensagem é essa, que construímos um caminho e estamos o seguindo para a sustentabilidade”, conclui o governador.
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