Advogado faz delação e aprofunda investigações da Operação Tromper

Milton Matheus Paiva Matos, advogado de 25 anos, é o segundo a colaborar com a Justiça em esquema milionário de desvio de recursos da prefeitura, apontando diretamente o vereador Claudinho Serra (PSDB).

O advogado e empresário Milton Matheus Paiva Matos, de 25 anos, teve sua delação premiada homologada pela Justiça, sendo o mais novo colaborador da Operação Tromper, que investiga um suposto esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia. Matos, integrante do grupo acusado de desviar recursos públicos, é descrito como uma peça chave no esquema, responsável por sacar a propina destinada ao vereador Claudinho Serra (PSDB), ex-secretário municipal de Fazenda e genro da prefeita Vanda Camilo (PP).

“Com essa delação, conseguimos aprofundar ainda mais as investigações e entender melhor o funcionamento do esquema”, revelou a promotora de Justiça de Sidrolândia, Bianka Machado Arruda Mendes, que enviou um ofício ao juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, da Vara Criminal, informando o novo acordo de colaboração. A promotora também pediu uma nova audiência de instrução para ouvir Matos e os outros réus da primeira fase da operação.

Essa é a segunda delação homologada na Operação Tromper, após o ex-servidor municipal Tiago Basso da Silva ter colaborado e devolvido R$ 80 mil aos cofres públicos. As novas revelações de Matos envolvem acusações de corrupção, fraude em licitações e organização criminosa, incluindo mensagens interceptadas pelo Ministério Público Estadual que indicam a participação de outros envolvidos, como o empresário Ricardo José Rocamora Alves e o ex-candidato a vereador Ueverton da Silva Macedo, conhecido como “Frescura”. Juntos, eles fraudavam licitações e facilitavam o desvio de recursos municipais.

A delação de Matos promete complicar ainda mais a situação de Claudinho Serra, afastado da Câmara Municipal desde abril deste ano, quando foi preso na Operação Tromper. As revelações de Matos, que ainda não tiveram todos os detalhes divulgados, podem implicar novas pessoas no esquema, trazendo mais desdobramentos à investigação.

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Fotos: Marcos Maluf