Tribunal aponta risco de intimidação de testemunhas e continuidade de crimes para manter decisão unânime
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul decidiu, por unanimidade, manter a prisão preventiva de Ueverton da Silva Macedo, conhecido como “Frescura”. A decisão, tomada pela 2ª Câmara Criminal, foi baseada na gravidade das acusações que recaem sobre ele e nos indícios de continuidade de ações ilícitas, mesmo após medidas cautelares.
Conforme o relatório do desembargador José Ale Ahmad Netto, relator do caso, Ueverton é acusado de atuar em uma organização criminosa desbaratada pela Operação Tromper, que investiga esquemas de corrupção envolvendo a Prefeitura de Sidrolândia. Ele teria desrespeitado medidas cautelares anteriormente impostas, como a proibição de contato com testemunhas e investigados e a restrição de acesso a órgãos públicos do município.
“O histórico do requerido e suas atividades contemporâneas demonstram de maneira salutar que o aludido desrespeita as decisões judiciais que condicionaram sua liberdade”, apontou o relator.
Segundo o Ministério Público, Ueverton teria escondido um aparelho celular durante a execução de um mandado de busca, contendo informações relevantes sobre os supostos crimes. Além disso, o relatório cita provas que indicam sua influência na nomeação de cargos estratégicos no município e indícios de compra de votos relacionados ao último pleito eleitoral.
Mensagens obtidas em investigações reforçam a preocupação com a integridade do processo. Em um grupo de WhatsApp intitulado “Coruja Oficial 24hs O Retorno”, membros mencionaram as delações contra Ueverton com expressões como “o bicho vai pegar”.
O tribunal considerou que a prisão preventiva é essencial para garantir a ordem pública e prevenir a reiteração dos delitos. “A gravidade concreta da conduta e a possibilidade de intimidação de delatores demonstram que a medida mais enérgica é necessária”, justificou o relator.
A defesa, representada pelo advogado Fábio de Melo Ferraz, havia argumentado a ausência de fundamentos para a prisão preventiva e solicitado a liberdade do cliente, alegando fragilidade nos argumentos apresentados pela acusação. No entanto, o pedido foi negado.
A Operação Tromper segue desvendando um esquema que envolve crimes como fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, e peculato. A Justiça reforça o compromisso com o avanço das investigações e a proteção dos envolvidos no processo.
Ueverton Macedo permanecerá preso até o desfecho das apurações.
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Foto Marcus Maluf
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