Enquanto cresce na área urbana, a cidade vê esvaziamento de jovens na zona rural e busca soluções para manter o campo produtivo
Sidrolândia ocupa uma posição de destaque em Mato Grosso do Sul: possui a segunda maior população rural do Estado, com 14.682 moradores, atrás apenas de Dourados, que contabiliza 14.851 habitantes distribuídos por oito distritos. Apesar disso, os desafios para manter a população jovem no campo têm aumentado, especialmente diante da migração para áreas urbanas em busca de estudo e emprego.
“Quando cheguei aqui há 17 anos, os ônibus escolares estavam sempre lotados. Hoje, micro-ônibus com metade da capacidade transitam vazios”, relata Altair Ferreira, assentado e diretor de uma cooperativa de pequenos produtores. A preocupação do produtor reflete um cenário que também se traduz em números: entre 2014 e 2023, o número de alunos nas escolas rurais das séries iniciais caiu 5,82%, enquanto o Ensino Médio sofreu uma redução de quase 20% na matrícula. Em alguns casos, escolas inteiras fecharam, como a unidade municipal no Assentamento São Pedro, que está desativada há oito anos.
Na avaliação de Altair, a saída dos jovens do campo poderia ser contida com incentivos à permanência por meio de educação e oportunidades financeiras. “O Governo teria de encontrar um meio do jovem estudar e ganhar dinheiro na propriedade. É possível sobreviver com lotes pequenos se houver tecnologia e assistência técnica. Em Goiás, há assentados que produzem até 10 mil litros de leite por mês”, aponta.
Enquanto a população rural estagnou com um crescimento tímido de 0,19% em 12 anos, a área urbana de Sidrolândia apresentou uma expansão de 17,76%, saltando de 27.542 para 32.436 moradores. Esse movimento posiciona a cidade como a 16ª maior área urbana de Mato Grosso do Sul, ficando atrás de municípios como Aquidauana e Maracaju.
Apesar dos desafios, Sidrolândia mantém seu potencial no agronegócio. Os distritos de Capão Seco e Quebra Coco concentram quase 60% da população rural, mostrando a força do campo na economia local. No entanto, especialistas e produtores alertam: o esvaziamento das zonas rurais pode comprometer o futuro dessa vocação.
Os dados do Censo do IBGE deixam claro que, enquanto as cidades crescem, é necessário criar estratégias para equilibrar desenvolvimento urbano e rural. Para Sidrolândia, o desafio agora é encontrar soluções que tragam vitalidade às comunidades do campo e garantam a sustentabilidade econômica e social de sua segunda maior população rural no Estado.
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