SIDROLÂNDIA

Mais da metade das famílias assentadas em Sidrolândia já transferiram ou arrendaram seus lotes

Pesquisa revela que 53% dos 4.483 assentados venderam ou cederam suas terras, enquanto 30 mil hectares são destinados ao cultivo de soja e milho

Uma pesquisa recente revelou que, passados 33 anos desde a criação do primeiro assentamento em Sidrolândia, o Capão Bonito I, 53% das 4.483 famílias beneficiadas pela reforma agrária ou pelo crédito fundiário já venderam ou arrendaram seus lotes. Apenas 46,86% (2.101) dos assentados originais ou seus descendentes permanecem nas propriedades.​

Atualmente, aproximadamente 30 mil dos 48 mil hectares destinados à reforma agrária estão sendo utilizados para o cultivo de soja e milho, de acordo com o Sindicato Rural de Sidrolândia. No Assentamento Jibóia, por exemplo, um fazendeiro adquiriu 11 parcelas, totalizando uma área de 240 hectares. Além disso, muitos assentados titulados pelo Incra já não residem mais em suas terras, tendo vendido suas posses e transferido os títulos para novos proprietários.​

O êxodo rural é uma tendência crescente, especialmente entre os assentados com mais de 60 anos, que representam 42% do total. Problemas de saúde e a migração dos filhos para áreas urbanas contribuem para que quase 10% dos agricultores familiares não residam mais no campo.​

Esses dados fazem parte de um estudo socioeconômico sobre agricultura familiar desenvolvido por técnicos da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação), que traça um panorama do setor nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.​

Em Sidrolândia, existem 3.314 propriedades rurais familiares, embora os 28 assentamentos somem 4.483 lotes. Entre os agricultores familiares, 845 são proprietários, 2.101 são parceleiros aguardando titulação pelo Incra, e os demais são arrendatários ou ocupantes. Essas propriedades ocupam 43.223 hectares, sendo o segundo maior território de agricultura familiar no estado, atrás apenas de Nova Andradina, que possui 50.150 hectares distribuídos entre 1.483 pequenas propriedades rurais.​

Fatores como falta de infraestrutura, assistência técnica e acesso a mercados têm comprometido o desempenho produtivo desses assentamentos, levando muitos agricultores a venderem ou arrendarem suas terras.

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Foto: Divulgação

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