CORRUPÇÃO

Operação Malebolge: GAECO prende 11 acusados de corrupção em quatro cidades de MS

Esquema desviava mais de R$ 10 milhões em licitações; prefeita de Água Clara está entre os investigados

O Ministério Público Estadual (MPE) deflagrou, nesta terça-feira (18), a Operação Malebolge, visando desarticular um esquema de fraudes em licitações públicas em quatro municípios de Mato Grosso do Sul. A ação, coordenada pelos Grupos Especiais de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e de Combate à Corrupção (GECOC), resultou na prisão de 11 pessoas e no cumprimento de 39 mandados de busca e apreensão nas cidades de Água Clara, Campo Grande, Rochedo e Terenos.

As investigações tiveram início após a Operação Turn Off, realizada em novembro de 2023, quando celulares apreendidos forneceram pistas sobre a atuação do grupo criminoso. A ofensiva contou com o apoio do Batalhão de Choque e do BOPE.

Empresários e servidores públicos envolvidos

Segundo o MPE, uma organização criminosa manipulava licitações nas prefeituras de Água Clara e Rochedo, direcionando contratos por meio da cooptação de servidores públicos. O esquema era liderado por um empresário, que atuava em ambas as cidades com o suporte de outros empresários para fraudar processos de contratação.

As irregularidades envolviam a elaboração de editais sob medida para beneficiar empresas específicas e a simulação de concorrência em licitações. O valor dos contratos sob investigação ultrapassa R$ 10 milhões, especialmente em aquisições relacionadas ao setor educacional, como uniformes e merenda escolar. Também há indícios de pagamento de propina para validar entregas fictícias e agilizar trâmites administrativos.

Prefeita de Água Clara é alvo da investigação

Enquanto em Rochedo o atual prefeito Arino Fernandes (PSDB), recém-empossado, não é alvo direto da investigação, em Água Clara, o foco está na prefeita reeleita Gerolina Alves (PSDB). A gestora, que obteve mais de 74% dos votos na última eleição, é investigada por possível envolvimento no esquema fraudulento.

Nome da operação faz referência à Divina Comédia

A operação foi batizada de “Malebolge”, em alusão à obra Divina Comédia, de Dante Alighieri. Na narrativa, Malebolge representa um círculo do inferno destinado aos fraudadores e corruptos, simbolizando o peso moral dos crimes descobertos.

A Operação Malebolge segue em andamento, e os acusados devem responder por crimes como corrupção ativa e passiva, fraude em licitações e associação criminosa. O GAECO reforçou que as investigações continuam para aprofundar as conexões e apurar o envolvimento de novos suspeitos.

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