O diretor da Previlândia (Instituto Municipal da Previdência de Sidrolândia), Robson de Lima Araújo, teve o celular apreendido durante a Operação Tromper. Robson pediu a liberação dos bens, mas teve o pedido negado pela 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia.
Em 4 de agosto, o diretor pediu para liberarem os bens dele apreendidos na operação Tromper. Robson alegou que não foi denunciado.
Porém, os materiais recolhidos durante a operação “ainda não foram submetidos à extração forense”. Ou seja, “ainda são de interesse da instrução processual”, destacou a promotora Daniele de Oliveira.
Em manifestação de 30 de agosto, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) negou o pedido de Robson. Os bens não foram submetidos ao processo forense devido ‘ao grande volume de material apreendido durante a Operação Tromper’.
Extração forense
A promotoria estima que o processo de extração forense aconteça em setembro. Na época da apreensão, o Ministério esclareceu que os bens seriam usados para investigação das denúncias de corrupção.
“É óbvio que se pretende a realização de perícia nestes objetos, para fins de extrair conteúdo e demais dados interessantes para a investigação, a fim de complementar a prova já produzida, inclusive, por meio de acesso ao conteúdo dos aplicativos instalados nos aparelhos”.
Entre os bens apreendidos na operação estavam documentos, relatórios, computadores, HDs, pen drives.
Operação Tromper
Ao todo, 10 homens foram denunciados pelo Gaeco, entre eles o atual secretário de Infraestrutura de Sidrolândia, Carlos Alessandro Silva o Lê, e três servidores municipais.
Conforme detalhado na denúncia, o grupo liderado por Ueverton da Silva Macedo, o ‘Frescura’, vencia licitações no município, por vezes sem entregar os produtos, também fraudando os certames para direcionar o contrato.
Ueverton, que já foi candidato a vereador em Sidrolândia pelo PSD, mas desistiu por já ter condenação por tráfico de drogas, é acusado de associar os empresários no grupo criminoso. São eles: Ricardo José Rocamora, Roberto da Conceição Valençuela, Odinei Romeiro de Oliveira, Evertom Luiz de Souza Luscero e Miltom Mathheus Paiva.
Também participava do grupo o servidor municipal Tiago Basso da Silva, chefe de licitações. A denúncia ainda trouxe o nome do secretário Carlos e um servidor da secretaria de Infraestrutura, Flavio Trajano Aquino dos Santos o Tete, comissionado.
Ainda o servidor Cesar Augusto dos Santos Bertoldo. Na última semana, Tiago e Cesar foram exonerados, após duas fases da operação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
Consta nos documentos que, em depoimento, Rocamora chegou a relatar faturamento de R$ 700 mil mensais com a empresa, a partir das licitações. Chefe de Licitações e Compras, Tiago é apontado como peça importante do grupo criminoso.
Isso porque ele mantinha o grupo informado, repassando informações sigilosas, documentos relacionados à execução de contratos administrativos de terceiras empresas, além de propostas de preços de terceiros. Desta forma, ele direcionava pedidos às empresas integrantes do grupo.
Secretário participou de crimes
O que o MPMS aponta é que Carlos (Lê), secretário com salário atualmente de R$ 12 mil, teria direcionado procedimentos licitatórios. Já o comissionado Flávio (Tête), lotado na secretaria, também teria atuado em conjunto.
“Em resumo, os denunciados CARLOS ALESSANDRO SILVA e FLÁVIO TRAJANO dolosamente direcionaram esses procedimentos licitatórios na modalidade Carta Convite para essas empresas integrantes do mesmo grupo criminoso”, aponta a denúncia.
Já o servidor Cesar Bertoldo é acusado de receber propina dos denunciados, em valor acima de R$ 7 mil. Ele também teria desviado mais de R$ 26 mil dos cofres públicos. Isso, porque atestou que a prefeitura teria recebido produtos das empresas, que, na verdade, nunca foram entregues.
Enquanto isso, Tiago teria recebido também propinas, em valor de R$ 22 mil.
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