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Acontece hoje o leilão dos imóveis do Quebra Coco

Imóveis que vão a leilão hoje (12) a partir das 13h (Foto:MS Negócios)

Hoje acontece o leilão a partir das 13 horas no Hotel Nacional Plaza, em São José do Rio Preto, cidade do interior de São Paulo.

O leilão foi autorizado pelo juiz a 8ª Vara de São José do Rio Preto, responsável pelo processo de recuperação judicial das empresas do Grupo João Pessoa, a antiga Usina Santa Olinda.

34 casas e 19 terrenos no núcleo urbano do distrito de Quebra Coco, de propriedade da Usina Santa Olinda, desativada desde 2013 e em processo de recuperação judicial, estão avaliados em R$ 2.301.416,50.

Os lances podem ser feito pela internet (lanceja.com.br).

As casas, parte delas ocupadas há mais de 20 anos por ex-funcionários da empresa (a Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool), estão avaliadas entre R$ 59.632,29 (uma casa de 65 metros quadrados) e R$ 48.835,27 (um imóvel de 56,15 metros quadrados). Os terrenos, variam entre R$ 2.301.416,50 e R$ 26.835,51, com 397 metros quadrados, às margens da MS-162.

Foto:MS Negócios

O objetivo é levantar recursos para o pagamento do passivo trabalhista. Com o aval da Justiça, a empresa enviou representantes ao Quebra Coco para apresentar aos ex-funcionários a proposta de arrematarem as casas e o valor ser abatido do que tem a receber.

Só que o lance não pode ser abaixo do mínimo e eles terão de pagar os 5% de comissão do leiloeiro para ficar com os imóveis.

Nenhum ex-funcionário concorda em participar do leilão, que se tiver disputa, a tendência é que os imóveis sejam arrematados com preços abaixo do valor de avaliação.

Joel Luiz dos Santos, 70 anos, que trabalhou por décadas na Usina Santa Olinda, fez um acordo com a empresa para quitar seus direitos trabalhistas, no valor de R$ 90 mil aproximadamente. Ele ficou com casa (no valor de R$ 25 mil), sendo de responsabilidade da empresa o pagamento dos impostos e do cartório para emissão da escritura.

Foto:MS Negócios

Desde 2013, quando a usina parou a produção, centenas de trabalhadores aguardam para receber as rescisões.

A maioria dos ex-funcionários não aceita a proposta. Segundo Gislaine Aparecida, em 2012, quando foi feito um primeiro leilão, casas de melhor padrão do que ela mora, foram arrematadas por R$ 20 mil.

Além de abater dos seus créditos trabalhistas, os ex-funcionários terão de pagar R$ 7 mil de IPTU atrasados  (que a maioria pagou com desconto em folha), mais os 5% da comissão dos leiloeiros.

Foto:MS Negócios

O pai de Gislaine, Aparecido Moraes, trabalhou 30 anos na caldeira da usina. Demitido há 6 anos, não recebeu nenhum centavo dos R$ 280 mil a que tem direito. Os advogados dos ex-funcionários acreditam que Aparecido, que também mora na vila, pode requerer na justiça a usucapião e ter a propriedade definitiva da casa sem pagar nada.

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