Rogério Gonçalves acusa mulher de lhe aplicar golpe e de roubar sua família.

O sidrolandense de 15 anos, Rogério Gonçalves, que ficou conhecido nacionalmente após aparecer no programa de Luciano Huck no ano de 2019, foi envolvido em uma polêmica e teve a vida transformada.

Gonçalves tinha 13 anos quando se tornou destaque por conseguir levar luz ao assentamento Jatobá onde vive. Ele ficou conhecido como “menino inventor”, após criar projetos voltados à energia solar com materiais que foram descartados. No palco do programa da TV Rede Globo, o menino e seu irmão ganharam uma bolsa de estudos da Universidade Mackenzie em São Paulo. Foi aí que a vida dele começou a mudar.

No dia 10 de outubro de 2020 o quadro em que o sidrolandense apareceu foi reprisado no programa de Luciano Huck. Ao saber que ia ser reprisado, o menino entrou em contato com a produção e pediu para que divulgassem suas redes sociais. Assim foi feito e, com isso, muita gente surgiu para ajudar o garoto para conseguir se manter em São Paulo.

O empresário da cidade, Diego Pavei, fez uma postagem contando a história do garoto e, após grande repercussão, levou-o para participar de uma reunião com 200 empresários em Campo Grande.

Dentre essas pessoas está Helena Ester, de 46 anos de idade. Segundo o adolescente, ao se encontrarem pessoalmente, ela fez uma proposta de namorar o garoto e, em troca, ela o levaria para estudar. Ele afirma que recusou e frisou que só queria ir para São Paulo para estudar. Ela aceitou, pegou a documentação com a mãe do menino e o levou para o estado vizinho.

“Eu fiquei três meses em São Paulo estudando online e praticamente cometi suicídio. Eu fiquei no sétimo andar de um apartamento que não tinha grades e me sentia preso, pois não podia sair para nada. No máximo para ir ao mercado”, conta

Ele também explica que a vida toda estudou no período da tarde e que sentia muito sono nas aulas que eram realizadas pela manhã.

“Eu nunca estudei online e na frente do computador dava muito sono. Eu dormi umas três vezes em aula e ela filmou isso”, acrescenta.

Os dois vieram para Sidrolândia a pedido dele e se hospedaram na casa do empresário Diego Pavei. O menino continuou estudando online e começaram os problemas.

“Ela disse que iriam fazer um documentário sobre a história e eu e Diego topamos. Após meses de espera, não teve nenhum sinal dele. E no meio disso tudo, eu tive uma discussão com o funcionário dessa mulher que tinha acesso das minhas redes sociais, vendo que eu estava errado, preferi ir embora para minha casa e não fazer mais esse documentário. Helena voltou para São Paulo.”, enfatiza.

Gonçalves pediu de volta o acesso às redes sociais e obteve resposta negativa. A mãe do menino, Valdirene Gonçalves, que já estava preocupada com a situação, resolver divulgar o ocorrido.

Segundo ela, Helena Ester roubou seus documentos e fez empréstimos em seu nome. A mulher também fez uma vaquinha para o menino e se apropriou do dinheiro da mesma.

“Quando fomos para São Paulo, ela pegou os documentos da minha mãe para comprovar que eu estava autorizado a viajar e não os devolveu mais. Isso é um furto. Minha rede social também, tem quatro meses que ela está me enrolando e não me dá o que é meu. Ao cobrarmos ela, ela ameaçou divulgar que eu havia dormido na aula”, enfatiza.

O adolescente ainda faz mais acusações contra a mulher ajudadora:

“Ela me assediou, me obrigou a dormir com ela, me chantageava dizendo que só poderia me levar para estudar se eu fizesse o que ela queria. Ela também me obrigou a fica na casa do Diego. Se eu estava em Sidrolândia, eu poderia ter ficado na casa da minha família, mas ela não deixou.”, recorda o garoto.

Valdirene, genitora do jovem prodígio, se diz indignada com a situação e quer que a mulher devolva o que lhes pertence.

“Ela fez eu abrir contas e pegar cartões de diversos bancos dizendo que essa seria a nossa empresa. Quando eu pedi essas coisas de volta, ela não quis devolver e eu descobri que ela está fazendo empréstimo em meu nome. O dinheiro das duas vaquinhas também ela não quer devolver. Meu filho está sem estudar porque essa mulher não quer liberar a documentação para fazermos a transferência dele”, conta enraivecida a mãe.

A família diz que não ainda entrou com pedido na Justiça porque ela os ameaça.

Ao entrarmos em contato com a suposta acusada, ela contou a sua versão:

“Eu conheci o Rogério por meio da reportagem, fui para Mato Grosso do Sul, entender a história, aluguei um apto fiquei um mês lá. Valdirene começou a trabalhar para mim, assim como o filho dela, Missael. Vim com o Rogério para São Paulo, matriculei ele na Mackenzie para não perder a bolsa. Rogério não fazia valer a bolsa que ganhou e até dormiu em aula. Era uma luta para ele estudar, levantar cedo, entre outras rebeldias.

Valdirene me deu o RG dela para eu viajar com ele, pois o Rogério é de menor eu não poderia viajar com ele. Com agrave da pandemia fomos para Sidrolândia para a chácara do Diego Pavei. Até para fazer todo o processo da Mackenzie eu tive que me passar pela Valdirene, tudo com consenso dela”, explica e completa: “Uma equipe cuidava da rede social do Rogério e fazia as postagens, além dos vídeos e fotos. Era uma luta para ele gravar e fazer qualquer conteúdo. Rogério teve brigas com várias pessoas e tinha surtos de se matar. Rogério não é um cientista. É preguiçoso, não sabe valer a oportunidade que a ele foi dada. A Vakinha que o Diego fez, o dinheiro está na conta que abri para ele. O outro valor tem que sacar. A Valdirene chegou a pedir o dinheiro para o Diego Pavei para usar para outros fins. Quem garante que eles vão usar esse dinheiro para construir o buggy mesmo?”, questiona Helena.

Ela afirma que as redes sociais dele estão com ela, para ele não postar nenhuma besteira. E que pensou em procurar a mídia e divulgar o caso. Seus advogados a aconselharam a não devolver o dinheiro e expor os fatos ou devolver o dinheiro e fazer a mãe dele assinar um documento se comprometendo a prestar contas do mesmo.

Ela também ressaltou que seus advogados vão entrar em contato com a família para negociar tudo.

Já o empresário Diego Pavei, não quis se pronunciar sobre o caso.