“Com quatro sessões restantes no ano, tucano não será punido mesmo após escândalo de corrupção”
O vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), continua no cargo apesar de nove meses sem comparecer às sessões da Câmara Municipal de Campo Grande. Seu último atestado médico, apresentado em 8 de novembro, expira neste domingo (8). Caso não entregue um novo documento, o tucano somará quatro faltas sem justificativa, mas continuará longe da cassação, já que são necessárias dez ausências consecutivas para a perda de mandato.
Claudinho se tornou figura central na Operação Tromper, que investigou um esquema de corrupção envolvendo fraudes em licitações milionárias em Sidrolândia, cidade onde já foi secretário de Fazenda. “Se na semana que vem ele não apresentar o atestado médico, vamos tomar as medidas cabíveis, de acordo com a Procuradoria”, afirmou o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB).
Desde abril deste ano, quando saiu da prisão, Claudinho não retornou ao plenário. Alegando “abalo psicológico”, ele apresentou o primeiro atestado médico e, no mês seguinte, solicitou uma licença não remunerada de 120 dias. Com o término da licença em setembro, voltou a apresentar atestados para justificar o afastamento, enquanto sua remuneração passou a ser paga pelo INSS.
Pedidos de cassação arquivados
A situação do vereador já motivou dois pedidos de cassação por quebra de decoro, ambos arquivados em junho. Apesar das acusações de corrupção passiva, peculato, fraudes em licitações e associação criminosa, Claudinho ainda não enfrentou penalidades na Câmara. Segundo o regimento interno, as ausências justificadas impedem a contagem de faltas para fins de perda de mandato.
O caso repercute especialmente em Sidrolândia, onde o vereador é acusado, junto a outros dois investigados, de liderar um esquema descrito pelo Ministério Público como de “gana e voracidade”. A denúncia cita desvios milionários e irregularidades em contratos públicos.
Sem mudanças até o fim do ano
Com apenas quatro sessões restantes antes do recesso legislativo, o tucano dificilmente perderá o mandato em 2024, mesmo que não apresente mais atestados. “O prazo para justificar é até o dia 31 de dezembro. Depois disso, tomaremos as medidas cabíveis”, concluiu Carlão.
Enquanto isso, a população acompanha o desenrolar do caso, que destaca não apenas a resistência política do vereador, mas também a fragilidade dos mecanismos de fiscalização e punição no Legislativo.
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Foto:Divulgação
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