O neném está internado na Santa Casa de Campo Grande na UTI neonatal.
Uma mulher de 23 anos entrou em trabalho de parto na BR-060 na noite de quarta-feira (03), a caminho de Campo Grande. Ela não conseguiu ir de vaga zero e teve o bebê ali mesmo, na rodovia. A saúde da criança ainda inspira cuidados e a família enfrenta mais uma barreira: a falta de vaga em leito de uti neonatal.
Segundo informações do pai da criança, P.F.N.A de 23 anos, a jovem estava sentindo muita contração em casa quando decidiram ir para o Hospital Elmíria Silvério Barbosa. No local, ela foi atendida e foi realizado o exame do toque. Verificou-se que ela estava com 35 semanas de gestação e que o neném nasceria prematuro, motivo pelo qual deveriam ir para Campo Grande.
A gestante e seu marido solicitaram que fossem encaminhados de vaga zero, em uma ambulância mais equipada e preparada. Eles receberam uma resposta negativa. A médica disse para eles que o bebê iria demorar a nascer, que teriam bastante tempo para viajarem.
“Nós confiamos na palavra da médica, pegamos um carro particular. Após uns 15 ou 20 minutos depois que pegamos a estrada, o meu bebê nasceu. Ele nasceu na BR, uns três quilômetros após o posto da PRF. Eu fiz o parto do meu filho!”, conta emocionado e indignado o pai.
A criança teve algumas complicações em razão da falta de experiência dos pais e falta de equipamentos e instrumentos médicos necessários. Os pais então retornaram para o posto da PRF- Polícia Rodoviária Federal e tiveram o carro escoltado pelos policiais até chegarem ao hospital de Sidrolândia.
A mãe ficou internada e o bebê foi encaminhado junto com o pai para a Santa Casa de Campo Grande em razão da gravidade do estado do bebê. O mesmo teve uma piora no estado e precisou ser entubado.
“Meu filho está praticamente entre a vida e a morte, por causa de negligência médica”, esbraveja o pai.
Após dois dias, somente na tarde desta sexta-feira (05), abriu uma vaga para o bebê na UTI neonatal e ele enfim poderá ser cuidado da melhor maneira possível.
Outra versão – O diretor clínico do Hospital Elmíria Silvério Barbosa, Jorge Guillermo La Torre Heredia, conta outra versão.
Segundo ele, o casal procurou o hospital por voltas das 16h30 da tarde, mas a jovem não havia entrado em trabalho de parto no momento. Eles foram orientados a pedir vaga para Campo Grande. Deram a opção de ir por meio próprio ou esperar, pois a vaga não seria liberada imediatamente.
Ainda de acordo com Heredita, o casal foi embora, mas voltou ao hospital em torno das 21h30 solicitando avaliação e perguntando se ainda daria tempo de chegar em Campo Grande para realizar uma melhor avaliação.
A médica do plantão avaliou e afirmou que daria tempo se fossem de imediato para Campo Grande. Então a família optou por ir por conta própria e foi assim que ocorreu o parto na estrada.
O diretor disse também que após retornarem já com a criança, os pais foram recebidos e foram realizados todos os exames necessários.
“A mãe ficou internada e o pai foi com a criança de vaga zero de imediato para a Santa Casa de campo grande para receber os cuidados neonatal. A mãe foi liberada ontem à tarde do hospital”, explica.
O médico ainda enfatiza: “Teve realmente uma perda de tempo importante e valioso no desenvolver desta criança, desde 16h30 até aproximadamente 22h. Que nessa situação não se podia perder tempo. Deveria ter sido providenciada ou a avaliação imediata de uma obstetra, ou a avaliação ultrassonográfica para realmente esclarecer se era prematuro ou não”, finaliza.
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