POLÍTICA

Ministério Público Eleitoral pede cassação de registros e diplomas de candidatos por fraude eleitoral em Sidrolândia

Investigação aponta candidaturas fictícias para cumprimento de cotas de gênero, afetando partidos e federações no município

O Ministério Público Eleitoral (MPE) de Mato Grosso do Sul entrou com ações judiciais solicitando a cassação dos registros de candidaturas e diplomas de diversos candidatos em Sidrolândia. A denúncia aponta fraude no cumprimento das cotas de gênero exigidas pela legislação eleitoral, que determina que 30% das candidaturas proporcionais devem ser de mulheres. Segundo o MPE, algumas dessas candidaturas seriam fictícias, criadas apenas para cumprir o percentual mínimo sem efetiva intenção de participação eleitoral.

Entre os envolvidos estão membros de diferentes partidos e federações, incluindo PSB, Republicanos e a Federação Brasil da Esperança (composta por PT, PV e PCdoB). As investigações indicam que várias candidatas não realizaram campanhas, apresentaram movimentação financeira irrisória ou sequer demonstraram intenção real de buscar votos.

De acordo com o Ministério Público, os seguintes nomes foram incluídos no pedido de cassação:

PSB – Partido Socialista Brasileiro

  • Cirlei de Fátima Matos
  • Douglas Barreto de Melo Nabhan
  • Eder de Aguiar Almeida
  • Emilson Silveira dos Santos
  • Haroldo Calves Dias
  • Juvenal de Carvalho Souza
  • Luiz Gecinaudo Gomes Alves
  • Mary Fátima da Silva
  • Maria Clair Vilanova do Nascimento
  • Marquijane Vieira de Melo Santos
  • Enio de Almeida
  • Valdeir Rodrigues
  • Valdinei Alves da Silva
  • Joana Marques de Almeida Michalski

Republicanos

  • Ana Cristina Batista Silva
  • Bete Cortes
  • Dejanir Rodrigues Soares
  • Fabio Marques Amaro
  • Jose Ademir Gabardo
  • Joao Paulo Diniz Macedo
  • Larissa Arruda Gauna
  • Miriam Cesario Carlos
  • Joana Lourenço do Carmo
  • Ilson Peres de Souza
  • Edna da Conceição Custódio
  • Rodolfo Marocchio Tavares
  • Sandro Pereira de Almeida
  • Sírio Barbosa dos Santos

Federação Brasil da Esperança (PT, PV, PCdoB)

  • Adão de Souza Cruz
  • Ana Batista Figueiredo Almeida
  • Edilaine Cristina Tavares
  • Edivaldo dos Santos
  • Geovane Ferreira dos Santos
  • Josimar Gabriel
  • Laura Espindola Barbosa
  • Patricia Rodrigues Baba
  • Paula Lemes de Souza
  • Sergio Trineu Bolzan
  • Gilson Galdino de Oliveira
  • Telma Mário Romeiro Machado
  • Otoniel Jordão Eloi
  • Janaina Kelly Gomes de Andrade

Fraude às cotas de gênero

De acordo com a promotora Daniele Borghetti Zampieri de Oliveira, a prática envolve o registro de candidaturas femininas sem que as candidatas tivessem efetiva intenção de concorrer. “Essa manobra desvirtua o objetivo da legislação, que é ampliar a representatividade feminina na política”, declarou.

O levantamento mostra que algumas candidatas obtiveram votações extremamente baixas ou até mesmo nulas, o que, segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é um indício claro de fraude. Em muitos casos, as candidatas não realizaram atos de campanha, e suas prestações de contas indicaram movimentação financeira ínfima ou inexistente.

Consequências e penalidades

Se confirmadas as irregularidades, os envolvidos poderão enfrentar sanções como:

  • Cassação dos registros e diplomas dos candidatos eleitos ou suplentes.
  • Declaração de inelegibilidade por oito anos para aqueles que participaram diretamente ou se beneficiaram da fraude.
  • Anulação dos votos recebidos pelos partidos e recontagem do quociente eleitoral.

Impacto no cenário político

A denúncia atinge diretamente o equilíbrio político em Sidrolândia, podendo resultar na redistribuição das vagas da Câmara Municipal. O MPE enfatiza a necessidade de rigor na aplicação da lei para coibir práticas que enfraquecem a democracia. “Fraudes como esta comprometem a confiança do eleitor no sistema eleitoral”, afirmou a promotora.

Próximos passos

Os representados já foram notificados e terão a oportunidade de apresentar suas defesas no prazo legal. A Justiça Eleitoral decidirá se acata o pedido do MPE, incluindo a concessão de tutela antecipada para suspender os diplomas enquanto a ação estiver em curso.

Enquanto isso, a população de Sidrolândia aguarda o desdobramento do caso, que pode servir de exemplo para outras localidades e reforçar a importância da transparência nas eleições.

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Foto: Divulgação

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