Eles foram condenados em 15 de setembro no regime semiaberto durante júri em Sidrolândia
Condenados pelo aborto que causou a morte de Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, em 2011, o cunhado da jovem, Hugleice da Silva, de 38 anos, e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51, recorreram ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) contra as penas estipuladas no júri no dia 15 de setembro, em Sidrolândia.
No pedido feito pelo advogado de Hugleice, José Roberto da Rosa, em 27 de setembro, ele pede que assim que transitar em julgado, saia a declaração da prescrição no caso da condenação por ocultação de cadáver.
Já na condenação pelo crime de aborto com consentimento da gestante qualificado pelo resultado morte, Rosa pede uma pena mais branda. “(…) e desde já requer a V.Exa. a reavaliação em razão da quantidade de pena final (três anos) quanto a possibilidade deaplicação do regime prisional mais brando (aberto)”.
O enfermeiro Jodimar Ximenes trocou de advogado de defesa, mas, antes mesmo, também entrou com recurso de apelação contra a pena de 4 anos e 3 meses, pelo aborto qualificado. Ele também foi condenado pela ocultação de cadáver, mas neste caso, o crime já prescreveu.
Há 11 anos
O caso começou a ser investigado em maio de 2011, como desaparecimento. A mãe de Marielly registrou boletim de ocorrência no dia seguinte ao sumiço. O então cunhado também tomou frente nas buscas, mesmo sabendo o que de fato havia ocorrido com a jovem.
O corpo foi encontrado no dia 11 de junho, em estrada vicinal que corta a BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia. A identificação foi imediata, por conta do aparelho que a moça usava nos dentes. Uma das pistas iniciais foi pano encontrado, que levou à clínica clandestina de aborto.
O caso ganhou ainda maior repercussão, quando foi descoberto que o próprio cunhado era o pai do bebê. Diante dessa informação, a polícia relacionou Hugleice à ocultação de cadáver. Com a quebra de sigilo telefônico, a polícia encontrou ligações entre os dois e mapeou o caminho seguido por Marielly até chegar à Sidrolândia.
Em depoimento, o cunhado confessou que mantinha relacionamento com a jovem, até que ela engravidou. Em comum acordo, foram até Sidrolândia para que ela fosse submetida a aborto. Hugleice contratou o enfermeiro Jodimar, segundo a denúncia, para o procedimento, que foi feito em uma casa do Bairro São Bento, mas Marielly passou mal, sofreu intensa hemorragia e morreu.
Em trecho do depoimento prestado à polícia, Hugleice confessou que recebeu a notícia da fatalidade, dada pelo enfermeiro: “A menina morreu, não há mais nada que possa ser feito, a gente tem que dar jeito no corpo dela”, teria dito. Foi quando a dupla decidiu dar fim ao cadáver.
Apesar de confessar para a polícia durante a investigação que tinha uma relação com Marielly, durante o julgamento, Hugleice voltou atrás. Ele negou envolvimento amoroso com a jovem e disse que não seria o pai do bebê. Afirmou que estava sendo coagido para confessar a relação com a então cunhada.
Júri
Hugleice e Jodimar foram submetidos a julgamento no dia 15 de setembro deste ano e condenados por causar a morte da jovem. Hugleice foi considerado culpado pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver, pegando pena total de 4 anos de reclusão. Jodimar foi punido com 5 anos e 3 meses. O regime de prisão estabelecido foi o semiaberto.
Por:Campo Grande News
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